Há que pedir o impossível!

Saturday, July 23, 2005



Descanso. Mais do que merecido. Enquanto o tempo passa aproveito para meditar sobre eventos passados e vou, através da contemplação de metáforas visuais, destruindo e construindo mitos. O tempo é sem dúvida um conselheiro de valor, permitindo uma integração de variáveis que, sem ele, poderiam nunca surgir. Farto de testes e de vontades inexistentes que se assumem como orgulhosas e ao mesmo tempo humildes, urge o assumir de posições e o clarificar de emoções.

A verdade que não existe assumiu-se. Deixemos o tempo passar e ver que verdades escolhidas e fingidas pernoitaram e se refugiaram em caminhos outrora percorridos e agora deixados para trás. A certeza de não ter de voltar muitos anos atrás ganha um valor basilar em todo o percurso percorrido até agora. A mentira que se torna verdade... a emoção que se torna compreensão... a indiferença que se torna em certeza. Regras de código duvidosas... há que pedir o impossível e evitar encontros com tais condutores.

Tuesday, July 19, 2005

Km 15...

Cheguei finalmente ao fim de um processo complicado. Estes escassos Kms cansaram-me pela atenção que exigida. Terei de parar à procura de descanso.

Nunca pensei que conseguisse passar este caminho com vida... verdades perdidas, verdades inexistentes, verdades adivinhadas! No fim deste caminho, a verdade foi a única coisa que faltou... é duro conduzir nestas situações. Nos poucos Kms que ainda tenho de andar e, até achar guarida, o perigo é real, mas com baixa probabilidade de ocorrer.

Por agora... só quero chegar a poiso certo e descansar!

Monday, July 18, 2005

Km 10...

Saturday, July 16, 2005

Km 1...

Estava à espera de um caminho tranquilo e contemplativo... em vez disso, deparo-me novamente com caminhos complicados e turtuosos! Probabilidade de choque: demasiada. Espero encontrar caminhos mais calmos e seguros lá mais para a frente. Mas estes poucos quilómetros poderão ser mais importantes do que a sua aparente distância. Esperemos para ver...

Friday, July 15, 2005

Medos, inseguranças e caminhos bravios!

Nada disso!... Decidira-me pela montanha e seria pela montanha que seguiria.

Na constante edificação do ser, as certezas nas acções tomadas são importantes para minimizar os danos que surgem de decisões que despoletam acontecimentos menos bons, antagónicos e muitas vezes completamente desajustados… mas são certezas; e isso alegra-me pelo outro que observa e que se encontra em cruzamentos mais complicados, pelo que me é permitido ver. Reparei que esteve durante um bom tempo a olhar para o cruzamento de decisão necessária entre montanha, ou comboio! Optou por dois dias de escuridão… O sistema de SMS deve de ter ajudado na escolha, apesar de por vezes tomarmos como dadas ideias e pensamentos que talvez não sejam as melhores. Mas, no fundo, e em última instância, as decisões cabem apenas ao executor!

Frequentemente, num ou noutro cruzamento troco impressões com colegas e amigos de longa data. Quer já tenham passado por algum cruzamento semelhante, ou não, quero ouvir as suas opiniões. Felizmente, porque cada um de nós tem o seu caminho traçado, existe toda uma panóplia de meios de comunicação à distância… Agora que penso nisto, os nossos caminhos estão tão distantes que é por vezes necessário desafiar, encontrar atalhos e localidades inóspitas para um breve encontro. Contudo, por vezes os caminhos estão tão distantes que nem com desafio…

São sinais do tempo que corre… rápido, dependente e receoso!

Mas em abono da “verdade”, com os dados que nos dão e a clivagem entre o que é dito e o que é entendido, só nos resta mesmo “adivinhar”.

Tuesday, July 12, 2005

STOP!?



The fig tree is pollinated only by the insect Blastophaga Grossorun. The larva of the insect lives in the ovary of the fig tree, and there it gets its food. The tree and the insect are thus heavily interdependent: the tree cannot reproduce without the insect; the insect cannot eat without the tree; together, they constitute not only a viable but a productive and thriving partnership. This cooperative living together in intimate association, or even close union, of two dissimilar organisms is called symbiosis.
Licklider «Man-Computer Symbiosis»

The moment I was preparing to leave, a question appeared. Do I really want to leave town? The answer is no. Neither I want to leave, mainly because I don’t want to see that something has changed in a future visit; neither I can stay, because there is an unknown path that I must go through. It’s a bit odd that, when I first left, there was a need (and a hope) for change, being there the main reason why I wanted to go. Now it’s exactly the opposite.

The secret gardens must remain, and we just can’t give up something cause the afraid of loosing other. It’s not easy… but, it never is! Even though, the main strength to leave settle would be in the inevitable public garden it would become during the time we remained in there.

Two different organisms, two different destinies, one secret garden! I will try to come back. It will be changed, for sure, but there is a chance of becoming more beautiful and strong… at least, hope so!

Surprises… aren’t they why this is all about?

Paragens não planeadas…


Optei por parar. Faz oito anos que cá não venho, a não ser por vezes em memórias carinhosas e esporádicas. A partida desta localidade foi talvez um dos cruzamentos mais complicados. O medo de um choque inevitável, por não poder alterar determinadas regras de código que permanecem desde então, levou-me a optar por um caminho que, para o que interessava, servia.

Fiquei hospedado no mesmo quarto de outrora. Reparo no momento em que me desloco à varanda que a paisagem permanece a mesma… ou quase.

Após ter optado pelo caminho oposto, decidira comprar um rebento de pessegueiro. Sabia que o pessegueiro é sensível ao frio e muito dificilmente consegue sobreviver; e também sabia que o clima rigoroso daquela cidade já me havia feito presenciar alguns nevões consideráveis. Por isso mesmo, porque as coisas nunca são fáceis, plantei-o num terreno desocupado, escondido algures entre as ervas daninhas e as oliveiras.

Fico horas a fio na janela a presenciar para um agora espaço verde da cidade em crescimento, antes de ceder à tentação e descer para morder um de seus pêssegos…

Durante estes dias fui revisitando a cidade de há oito anos atrás. Mas chega a hora de partir, e escolho subir a montanha vizinha. Não tenho pressas, nem tempo para me apressar, pelo que prefiro aproveitar a paisagem a dar dois dias à escuridão.

Wednesday, July 06, 2005

Orla costeira… (cont.)

Ultrapassei um condutor que partilhava a paisagem calmamente com a sua companhia. A ultrapassagem foi a única solução encontrada por mim para evitar pressões ao condutor, dado o facto de que a minha velocidade de cruzeiro ser superior. No entanto, essa ultrapassem, o olhar de relance para os seus ocupantes e a alegria sentida (apesar da distância e do movimento) fizeram-me recuar a caminhos outrora vividos, o que dadas as considerações do cruzamento anterior, nem é de estranhar. A miragem de um casal apaixonado leva-nos a pensar em relações e emoções antigas, enterradas e hoje fundamentos da edificação deste ser em particular.

Um cepticismo convicto pode, em questões de segundo, transformar-se num vazio e numa tristeza que temos de analisar por forma a controlá-la. Seria eu capaz de fazer um jantar romântico, depois de um passeio pela orla costeira? Seria eu capaz de me entregar por completo uma vez mais? A resposta a isto é não… mas até podia ser sim, porque nada disso tem a ver com a realidade. E, a realidade diz-nos que quando nos apaixonamos deixamos para lá muito do nosso ser racional.

Fico feliz por quem consegue ainda sentir a vertigem de uma paixão, lutando por ela; fico feliz por aqueles a quem essas vertigens estão longe de ser esperadas, ou desejadas; e contento-me com a minha realidade, a de alguém cujos acidentes foram de tal forma violentos que, apesar de vivo e a respirar, fora necessária a imposição de mecanismos de defesa, irredutíveis no que concerne à existência de sentimentos descritos como vertiginosos!

Tuesday, July 05, 2005

Orla costeira… (cont.)

Será eterna a necessidade de o homem descobrir o que se esconde por detrás de uma “porta fechada”. Não sabe o que lá irá encontrar… mas seja o que for vai alterar o que existe, para o bem, ou para o mal. A primeira questão que colocamos é obviamente: porquê abrir, se essa alteração é uma certeza? Estamos mal assim? Queremos mesmo arriscar? O sentimento incomodativo de saber o estaria lá dentro chegaria a um ponto em que já pensaríamos que qualquer que fosse o mal que viesse ao mundo, para além de uma mera possibilidade, não deveria de ser assim tão mau.

Abri convictamente a caixa e percorremos agora os caminhos necessários para que possamos retirar conclusões sobre a real natureza do que se encontra nesta caixa de Pandora. As normas e condutas éticas e morais serão sempre o fio que indica a saída do labirinto do Minotauro. Pode ser que assim não aconteça mas, pensar que poderei regressar à porta quando quiser é a força que impede a elevação do medo sentido sobre o que se irá encontrar no caminho seguinte. Contudo, sinto que uma tesoura se aproxima do fio, destronando assim qualquer construção ética e moral promovida nestes caminhos. Sinto, mas não posso pensar.

Continuando…

Deparo com mais um cruzamento. Três placas indicam três caminhos possíveis. À esquerda iria por um caminho repetido, já percorrido, com visibilidade reduzida e ventos fortes, empurrando o condutor para cegueiras e declives demasiado acentuados. Tendo contudo, após essas tormentas, o canto das sereias como fundo e um destino outrora atingido; até ao momento em que peguei no carro e parti. Em frente, um caminho pela orla costeira, até chegar a uma localidade cujas recordações aí vividas vão ainda sendo recorrentes. Reparo agora que, independentemente dos caminhos já percorridos (em que as indicações do mapa eram claras), para que possa prosseguir o meu destino irei repetir caminhos. Folgo em ver que são caminhos intemporais, cujos percursos são já terrenos conhecidos.

Decido seguir em frente, mas sem parar na localidade. Daí, e de maneira a que consiga seguir caminho, terei de passar forçosamente por uma montanha. Poderei apanhar um comboio e fazer uma viagem de dois dias numa carruagem “sem janelas” atravessando o coração da montanha, ou fazer uma travessia ao volante de muitos dias até que chegue ao outro lado.

Mas, por enquanto, apreciemos a orla costeira!

Sunday, July 03, 2005

Orla costeira...

Estava escavado numa rocha, num qualquer caminho na orla costeira:

"O passado e o presente são os nossos meios. Só o futuro é o nosso fim"

Blaise Pascal

Saturday, July 02, 2005

8.ª pequena recta e estrada sinuosa à frente…


(Aviso: este texto apresenta frases e considerações que derivam apenas de pura jactância intelectual. Em caso de sensibilidade não é aconselhada a sua leitura.)

Quem não tem nada a perder… vem; quem tem alguma coisa a perder… não vem! Este era o mote do jantar desde o início. Nunca se pensou que afinal o caminho feito a partir daí seria sinuoso, com muros de betão de um lado e barreiras acentuadas do outro. Ao mínimo despiste, os danos seriam fatais… Assim, após aquela que seria a 8.ª, e última pequena recta, o caminho tinha muitos condutores, inexistência de bermas e uma elevada possibilidade de acidente. Eles aconteceram efectivamente (acho é que alguns dos condutores ainda não se aperceberam disso). No início do percurso os condutores tinham medo e esperança. Medo dos outros condutores – medo desnecessário diga-se, os caminhos trilhados por eles são individuais, e que apenas querem um destino… o deles… mas o medo está lá; e esperança, porque mendigando e sendo um bom menino pode ser que no Natal tenham uma qualquer prendinha (por via das dúvidas escrevem sempre para dois Pais Natais… não vá um morrer).

Mas para o fim do percurso, os condutores pendiam pela noção de aventura e mudança de paradigmas instituídos à custa de esperança e de medo. Condutores com medo e esperança, condutores com esperança e sem medo. Havia no entanto, um condutor que desde o início estava sem medo, e parecia não ter esperança em nada. Curiosamente ele foi o primeiro a entrar neste caminho… poucos repararam nesse detalhe! Talvez tenha reparado por já me ter cruzado com ele num ou outro caminho…

Será que esta passividade é pensada e o caminho que percorreu ontem foi apenas um desvio (implicava a existência de esperança), ou estará simplesmente andar à deriva (inexistência de esperança)? Com o preço a que a gasolina está, espero que não seja a segunda hipótese. E, a não ser essa segunda hipótese, podemos dizer que o desvio e o percurso alternativo que tomou para chegar ao seu destino levaram-no a dar o mote… e a testá-lo.

Quanto a mim… bem, eu passei vivo e sem acidentes, mas acho que algumas da minhas regras do código levaram outros a “crash and burn”. Sem medos, sem pedidos de desculpa… é o problema destes caminhos desregrados.