A festa hoje é em Setúbal...
Porque mereceram a taça... Parabéns ao Vitória!
A quem já não valerá a pena congratular pela vitória será aos franceses que estão neste momento a votar "Não" ao tratado. Aboccachiusa falava ontem sobre o referendo e a Democracia do Sim, citando os exemplos da Dinamarca e da Irlanda. Está efectivamente previsto que o tratado possa ser ratificado quer por referendo, quer pelo parlamento, o que significa que no fim da contagem dos votos o corpo político e burocrático terá uma decisão a tomar – qual das duas vias vai usar para formalizar o "Oui", ou faz um novo referendo ou opta pela decisão parlamentar (a tal Democracia do Sim)! Ao "Non"... Resta ser gradualmente minoritário e esperar que o futuro lhe dê razão, com a concretização de que todas as suas previsões (algumas das quais o tratado visa erradicar qualquer hipótese de realização).
No tratado de Maastricht e no tratado de Nice, curiosamente, a Dinamarca e a Irlanda conseguiram incluir protocolos que defendiam os seus interesses, após as primeiras propostas de tratados terem sido rejeitadas. Ainda que tal pudesse ser possível no tratado de Cosntituição Europeia, que não é, não seria certamente uma solução para o caso Francês, cujas reservas prendem-se ao nível de reformas internas de instituições europeias e consagração de valores europeus...
Mas diga-se desde já que a vitória do Não acaba por ser também ela uma vitória para o Governo Francês, o que talvez justifique o porquê de ter feito uma campanha quase invisível. O panorama para a ratificação do tratado não está tão linear e alinhado quanto isso, principalmente quando temos referendos na Holanda e no Reino Unido tão próximos e de contornos tão peculiares.