Há que pedir o impossível!

Tuesday, June 21, 2005

3.ª pequena recta…

A relação com o “outro” é uma das principais razões para os altos e baixos que vamos tendo no nosso estado de espírito, tal como estas pequenas rectas onde me encontro... quando estamos em baixo vemos claramente o caminho que aparece na subida, mas só chegando lá acima é que encaramos novamente a descida. Ainda que tal possa parecer futilmente linear, acho que estes caminhos em que me encontro serão uma mais valia para a tal edificação do ser de que falava. Alegrias e tristezas, confianças ganhas e traições assumidas… tudo gira em torno de simetrias díspares em definição, mas semelhantes (e complementares) numa visão conceptual.

Lembro-me de um Canguru. Ainda que houvesse um desconhecimento inicial sobre a pureza de intenções em palavras permanentes, foi todo um trajecto que marcou o resultado final obtido. Hoje existe a confiança de que o objectivo foi atingido (altos), apesar do período temporal e ausência de trabalho (baixos) terem também eles aparecido. Um exemplo fútil para quem está de fora, e provavelmente para alguns dos intervenientes, mas enquanto método de análise, para o que interessa, serve!

Para mim, no entanto, não foi nada fútil, e no momento em que me encontro a percorrer estes caminhos, foi uma experiência gratificante ver que, existindo na essência das pessoas os valores postulados enquanto universais, não é necessário haver um conhecimento profundo do “outro” para que se consigam objectivos fúteis de sentido material, mas recompensadores para o nosso “eu” e correspondente edificação. Obrigado pelo salto que deste por cá!

2 Comments:

  • "É prolongar o contacto após o iniciático diálogo numa castiça, rica, barata e típica noite de fados."
    ______

    Não era ao exemplo que deste que me estava a referir, não conheço tanto... Mas sem dúvida que demonstra o que queria dizer com: "existindo na essência das pessoas os valores postulados enquanto universais, não é necessário haver um conhecimento profundo do “outro” para que se consigam objectivos fúteis de sentido material, mas recompensadores para o nosso “eu” e correspondente edificação."

    Em episódios anteriores dediquei um post, com o mesmo propósito, mas citando:

    « O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais que o que ele faz. Tal é o primeiro princípio do existencialismo. É também a isso que se chama a subjectividade, e o que nos censuram sob este mesmo nome. Mas que queremos dizer nós com isso, senão que o homem tem uma dignidade maior do que uma pedra ou uma mesa? Porque o que nós queremos dizer é que o homem primeiro existe, ou seja, que o homem, antes de mais nada, é o que se lança para um futuro, e o que é consciente de se projetar no futuro. (...)

    Mas se verdadeiramente a existência precede a essência, o homem é responsável por aquilo que é. Assim, o primeiro esforço do existencialismo é o de pôr todo homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsablidade da sua existência. E, quando dizemos que o homem é responsável por si próprio, não queremos dizer que o homem é responsável pela sua restrita individualidade, mas que é responsável por todos os homens."»


    Sartre

    By Blogger Good Evil, at 10:36 PM  

  • Tudo ideias e pensamentos subjacentes ao trabalho desenvolvido em prol de Ricouer. Consegues identificar melhor?

    By Blogger Good Evil, at 11:13 AM  

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