Há que pedir o impossível!

Sunday, August 21, 2005

Descida (o fim)...


Paro. Olho o mapa e vejo que o fim da descida está próximo. Folgo em saber que mais umas curvas e poderei finalmente seguir viagem com uma maior segurança aparente. Após a sensação narcótica pelo início da descida da montanha e a sensação de segurança necessária surgida a meio da descida, tenho agora a sensação de que a escolha da travessia da montanha em detrimento do passagem rápida e escura de comboio foi uma opção ganha.

As paisagens vistas, os pensamentos descobertos e as chaves de entendimento que foram surgindo revelaram-se como uma mais valia para o caminho que se apresenta após a montanha.
Sem dúvida que me irão auxiliar nas decisões em cruzamentos futuros! No entanto, há que evitar ilusões, pois, como que por magia, poderei eu próprio desaparecer perante a varinha do mágico!.

Tuesday, August 16, 2005

A descida...

Apesar do medo aparente ser um companheiro ao longo de todo o percurso, não poderei deixar que ele me distraia demasiado na condução. Uma arrogância e uma postura sem máscaras revelam-se como fortes aliadas na condução montanha abaixo. Se os travões falharem não à volta a dar, mas quanto mais depressa este trajecto for superado... melhor.


Na estalagem onde pernoitei algumas noites tive a oportunidade de conhecer outros viajantes que também aproveitavam para descansar. O Juiz, o Criador de Cães e o Fotógrafo.

O Juiz, de bom senso e palavra mordaz raramente se enganava. Evitei entrar em reacções imediatas com ele, pois ele evitava reacções imediatas na relação com os outros. Uma ida ao bar da estalagem ajudava a evitar palavras mal medidas.

O criador de cães, afável e hospitaleiro, era uma pessoa que demonstrava um enorme interesse pelo que não entendia. De mente afiada e uma argúcia de pensamento onde ainda não encontrei paralelo.

O fotógrafo construía narrativas com imagens que ele havia já recolhido no decorrer das suas viagens. Dos três, conseguia ser o mais objectivo. Uma imagem vale efectivamente mais do que mil palavras... é a certeza que retiro deste encontro ocasional na estalagem da serra.

Ficam como amigos... tentarei manter o contacto no decorrer da viagem!

Thursday, August 04, 2005


A travessia da montanha está a revelar-se mais complicada do que o inicialmente previsto. A atenção tem de ser redobrada e não se pode perder atenção para com a escrita. Aproveitei o início da descida para parar numa estalagem à primeira vista acolhedora.

Descansarei neste poiso alguns dias até que me sinta novamente concentrado e com forças para continuar viagem.
Pouco tem acontecido. As estradas são sinuosas e o tempo variável, mas a sensação de Caos permite-nos ir ganhando confiança e acreditar que tudo é possível. Tudo, mesmo...

Cada vez mais tenho a certeza que não vale de nada pensar nesta travessia. Quando findar será a altura para colocar então as coisas em perspectiva e analisar as decisões tomadas.
Até lá... mente convicta, decisões imediatas e inexistência de interesse sobre o "a seguir".

Saturday, July 23, 2005



Descanso. Mais do que merecido. Enquanto o tempo passa aproveito para meditar sobre eventos passados e vou, através da contemplação de metáforas visuais, destruindo e construindo mitos. O tempo é sem dúvida um conselheiro de valor, permitindo uma integração de variáveis que, sem ele, poderiam nunca surgir. Farto de testes e de vontades inexistentes que se assumem como orgulhosas e ao mesmo tempo humildes, urge o assumir de posições e o clarificar de emoções.

A verdade que não existe assumiu-se. Deixemos o tempo passar e ver que verdades escolhidas e fingidas pernoitaram e se refugiaram em caminhos outrora percorridos e agora deixados para trás. A certeza de não ter de voltar muitos anos atrás ganha um valor basilar em todo o percurso percorrido até agora. A mentira que se torna verdade... a emoção que se torna compreensão... a indiferença que se torna em certeza. Regras de código duvidosas... há que pedir o impossível e evitar encontros com tais condutores.

Tuesday, July 19, 2005

Km 15...

Cheguei finalmente ao fim de um processo complicado. Estes escassos Kms cansaram-me pela atenção que exigida. Terei de parar à procura de descanso.

Nunca pensei que conseguisse passar este caminho com vida... verdades perdidas, verdades inexistentes, verdades adivinhadas! No fim deste caminho, a verdade foi a única coisa que faltou... é duro conduzir nestas situações. Nos poucos Kms que ainda tenho de andar e, até achar guarida, o perigo é real, mas com baixa probabilidade de ocorrer.

Por agora... só quero chegar a poiso certo e descansar!

Monday, July 18, 2005

Km 10...

Saturday, July 16, 2005

Km 1...

Estava à espera de um caminho tranquilo e contemplativo... em vez disso, deparo-me novamente com caminhos complicados e turtuosos! Probabilidade de choque: demasiada. Espero encontrar caminhos mais calmos e seguros lá mais para a frente. Mas estes poucos quilómetros poderão ser mais importantes do que a sua aparente distância. Esperemos para ver...